Projeto Escolas Vivas promove o “I Colóquio de Pesquisas Poéticas de pedagogias vivas”

Projeto Escolas Vivas promove o “I Colóquio de Pesquisas Poéticas de pedagogias vivas”

O projeto de pesquisa “Escolas Vivas: pedagogias territorializadas e materiais didáticos diferenciados para promoção da interculturalidade como política de educação pública” é coordenado pela professora do IHAC, Laura Castro, e acontece em rede – UFBA com UFSB, UFNT, UFPB e UFAC. O projeto foi um dos contemplados no edital Pro-Humanidades 2022, do CNPq, e  desenvolverá uma série de atividades no decorrer de 24 meses, tais como experiências de ensino e atividades com mestres/as locais, residências artístico-pedagógicas, ciclos de estudos e colóquios de pesquisa, elaboração de materiais didáticos, produção de vídeos com depoimentos das mestras da rede etc.

Previsto para este primeiro ano de execução do projeto, o I Colóquio de Pesquisas Poéticas de pedagogias vivas acontecerá na semana de 3 a 6 de outubro, com programação presencial e virtual. Confira abaixo a apresentação e a programação do evento.

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I COLÓQUIO DE PESQUISA POÉTICAS DE PEDAGOGIAS VIVAS

Apresentação
“Poéticas e pedagogias vivas” é um colóquio de pesquisa do projeto em rede  “Escolas Vivas: pedagogias territorializadas e materiais didáticos diferenciados para promoção da interculturalidade como política de educação pública” (CNPq), que acontecerá, com programação diferenciada, na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e na Universidade Federal do Acre (UFAC). Na UFAC, o colóquio acontece na semana de 3 a 6 de outubro, com programação presencial e virtual. Composto por uma rede de professoras de universidades federais da Bahia, da Paraíba, do Norte do Tocantins e do Acre, este projeto pretende dialogar comunidades de saberes que respondem criticamente à problemática da escola como instituição externa aos saberes da comunidade, assumindo uma função desagregadora entre comunidade, corpo, território e culturas.

Público-alvo 
O público-alvo deste colóquio é a comunidade discente dos cursos de licenciatura de ensino universitário. Pretende-se que os saberes e fazeres mobilizados pelo projeto de pesquisa tenha impacto na formação de professores nas licenciaturas das universidades envolvidas, fortalecendo uma perspectiva pluriepistêmica e interdisciplinar das Artes, a partir de ensinamentos entre diferentes culturas e territórios que potencialize a interculturalidade e a possibilidade de reflorestamento da formação docente. 

Comissão Organizadora: Cinara de Araujo (UFSB),  Laura Castro (UFBA), Cacá Fonseca (UFPB), Fabiana Marques (CNPq) e Adelice Souza (UFAC)

PROGRAMAÇÃO:

03/10 (terça-feira – presencial)
9h30 – Escolas do parto, escolas de rainhas 
Conferência de abertura com as mestras Zenaide Parteira e Francis Nunes 
Mediação: Adelice Souza e Tailini Mendes Coradi 
Local: Auditório do Bloco dos Mestrados / UFAC

14h – Pedagogias do bem-viver, poéticas do contar e cantar 
Relatos de experiência
Projetos Samaúma Vivificante: o bem viver e a educação feminina de(s)colonial (UFAC), Baque Mirim e LIVRO-LUGAR: edição de narrativas de comunidades tradicionais (UFBA)
Com Laura Castro (UFBA), Patrícia da Silva (UFAC), Alexandre Anselmo (UnB)
Local: Auditório do Bloco dos Mestrados /UFAC

04/10 (quarta-feira – online)
14h | 16h (horário de Brasília) – Poéticas do nixi pae, escolas em movimento 
Conversas com as artistas Yaka Huni Kuin e Rita Huni Kuin sobre os projetos Kayatibu e Aĩbu Keneya,  coletivos de mulheres, artistas e comunicadores Huni Kuin da Aldeia Chico Curumim (Jordão/AC)
Com  Mediação de Lucas Canavarro (PPGAV/UFBA/Mi Mawai) 
Transmissão: Canal do PROFARTES (UFBA)

05/10 (quinta-feira – online)
14h | 16h (horário de Brasília) – Reunião Aberta da Rede Unã Baina (UFMG), com Maria Inês de Almeida, Sony Ferseck e Ana Letícia de Fiori 
Plataforma Google Meet | link na BIO @livrolugar (Instagram) ou pelo email livrolugar@gmail.com 

06/10 (sexta-feira – presencial)
9h às 17h – A floresta, um parque gráfico
Ocupação cosmográfica no Parque Zoobotânico da UFAC
Coletivo Sociedade da Prensa 
Entrada Livre – Programação para crianças, adultos, professores e estudantes 
9h – Letramentos da Floresta – Conversa com Joaquim Mana Huni Kuin e Irving Foster Brown (Parque Zoobotânico da UFAC) 
10h30 – Oficina de Serigrafia e Encadernação com Laura Castro, Prince Áddamo e Paloma de Oliveira Ramos
14h – Oficina de Estandarte com impressão e pigmentos naturais com Laura Castro, Prince Áddamo e Adelice Souza
17h – Cortejo com a Vaca da Taioba em Folia de Rainhas (UFAC)
Local: Sala do Viveiro – Parque Zoobotânico da UFAC

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Saiba mais sobre o projeto Escolas Vivas:

Esta proposta pretende articular relações entre pedagogias de Escolas Vivas da zona rural, o campo das Artes e materiais didáticos diferenciados, que serão produzidos em conjunto por uma rede de pesquisadoras universitárias e mestras de comunidades tradicionais, como processo de enfrentamento do cenário de fechamento de escolas públicas rurais. Essas comunidades escolares são referenciadas pelo conceito de “Escola Viva” do Pajé Duã Busã e de “Livro Vivo”, do Pajé Ika Muru, ambos mestres professores Huni Kuin do Alto Jordão no Acre, alargando o campo da escola, do livro e dos materiais pedagógicos para a Floresta, as medicinas e outras dimensões do cotidiano. Considerando o sucateamento de políticas públicas voltadas para a Educação do campo nas últimas décadas no Brasil, com mais de 60 mil escolas rurais fechadas entre 1995 e 2016, segundo o Censo Escolar, e, ao mesmo tempo, a insurgência de escolas diferenciadas no âmbito da educação intercultural da Escola Indígena e Quilombola (RCNEI/MEC/2019), este projeto se destina a cartografar e compor, em colaboração, materiais didáticos junto às comunidades escolares que respondem criticamente à problemática da escola como instituição externa aos saberes da comunidade, assumindo uma função desagregadora entre comunidade, corpo, território e culturas. Este projeto em rede pretende fomentar, portanto, junto a essas escolas vivas, possibilidades de consolidação e fortalecimento de suas próprias pedagogias, com aportes epistemológicos, instrumentais, técnicos e metodológicos oferecidos pela rede de pesquisadoras universitárias e mestras do saber. A criação de materiais didáticos e de produção científica junto a essas comunidades escolares pretende oferecer materiais específicos e diferenciados de promoção de interculturalidade tanto na rede escolar da zona rural e nos territórios de identidade indígenas e quilombolas, quanto oferecê-los à rede pública de ensino da zona urbana e aos cursos de licenciatura de ensino universitário.

Abaixo estão reunidos alguns registros da Residência Artística Pedagógica “Capanga de Aruanda”, que aconteceu na aproximação entre um grupo de pesquisadoras de diferentes universidades do país, um coletivo de artistas gráficos, a Sociedade da Prensa e escolas de resistência: o Colégio Estadual Tupinambá Indígena da Serra do Padeiro e as escolas vivas Tupinambá, próximo a Buerarema, e o Centro Integrado e o Centro de Educação Profissional da Floresta do cacau e do chocolate e as muitas escolas vivas do Assentamento Terra Vista (MST), em Arataca.

As fotos são de autoria de Filipe Britto, bolsista do projeto.