Professor Albino Rubim lança livro “Políticas Culturais: diálogos possíveis” no SESC Avenida Paulista
Obra do professor e pesquisador Antônio Albino Canelas Rubim traz reflexões sobre o passado e o presente da história cultural brasileira, que incluem o legado de Gilberto Gil no Ministério da Cultura (2003-2008) e o do próprio autor, como Secretário de Cultura da Bahia (2011-2014)
No dia 29 de março, quarta-feira, às 19h30 o Sesc Avenida Paulista recebe o lançamento do livro Políticas culturais: diálogos possíveis, do professor e pesquisador Antônio Albino Canelas Rubim. No livro, questões como gestão cultural, financiamento e fomento à cultura, planos culturais e desafios e dilemas no âmbito cultural são analisados na coletânea, que reúne uma síntese das reflexões do autor, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), delineando um panorama que conecta o passado e o presente da história cultural do país. O evento de lançamento conta com um bate-papo com a participação de Rubim, da pesquisadora Isaura Botelho e com mediação de Adriana Couto. Após a conversa, haverá uma sessão de autógrafos com o autor.
Nos ensaios, o autor analisa experiências de implantação e desenvolvimento de políticas e gestões culturais públicas, em tempos e lugares diversos, fornecendo dispositivos para repensar o atual cenário brasileiro. Entre essas experiências, destacam-se as ações do Ministério da Cultura (MinC) na gestão de Gilberto Gil (2003-2008) e a experiência de Rubim como secretário de Cultura do Estado da Bahia (2011-2014). Um dos principais focos do professor é observar como a riqueza e a diversidade cultural do Brasil contrastam com a recente desatenção e ausência de investimentos em ações efetivas e permanentes por parte do poder público.
Gilberto Gil no Ministério da Cultura
A passagem de Gilberto Gil pelo MinC, com políticas de cultura que foram desdobradas em uma série de programas e ações, estabeleceu uma agenda de pesquisa que vem sendo intensamente visitada por estudiosos brasileiros e estrangeiros. Questões relativas à organização institucional do campo cultural, com destaque para o sistema e o plano nacionais de cultura; a relação entre cultura e desenvolvimento; os aspectos socioeconômicos da cultura; e as políticas específicas para as artes são alguns dos temas que mereceram atenção de estudiosos da área e estão presentes na coletânea de artigos do pesquisador.
O livro se divide em quatro partes. Na primeira, “Estudos históricos, teóricos e conceituais”, o autor indica os desafios atuais das políticas culturais, com atenção à dinâmica da cultura e aos conceitos e às políticas culturais na América Latina, propondo que a cultura seja vista sob uma perspectiva atualizada das políticas culturais. Em seguida, apresenta alguns “Estudos temáticos” sobre a Revolução Russa e a possível criação de políticas culturais, sobre a cultura viva na Ibero-Latino-América e sobre universidades, políticas culturais e planos de cultura. A terceira parte da obra, “Estudos sobre estado, cultura e financiamento”, se aprofunda nas relações entre Estado e cultura e em teses sobre financiamento e fomento à cultura. A última seção traz “Estudos sobre gestão cultural”, com os desafios e dilemas da gestão cultural e reflexões sobre a experiência de Albino como gestor cultural na Bahia.
“Ao traçar um panorama histórico sobre determinados conceitos e propor atualizá-los; contemplar uma provável gênese das políticas culturais; apresentar convergências no âmbito latino-americano; ou sublinhar a atuação da universidade como agente desse campo, o autor explora passagens fundamentais da história dessas políticas e, ao mesmo tempo, aprofunda sua análise sobre os contextos sociais e econômicos em que foram desenvolvidas”.
Danilo Santos de Miranda
A cultura vem do coletivo
Um fio que perpassa todos esses temas é a concepção de cultura como um terreno essencialmente coletivo e participativo, que transforma diretamente as dinâmicas socioculturais de seu tempo, como assinala em seu texto de apresentação o diretor do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda. Já no prefácio, Isaura Botelho, nome de referência nos estudos culturais, repassa a carreira acadêmica e institucional de Albino, em especial sua atuação na UFBA, onde foi, por três vezes, diretor da Faculdade de Comunicação, na qual criou a graduação em Produção em Comunicação e Cultura, além de ter capitaneado a implantação do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos e do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Cult).
“Leitor atento de Antonio Gramsci, dentre outros, a admirável coerência do percurso profissional de Albino espelha estas e outras leituras importantes numa formação sólida que lhe dá respaldo para ser um incansável defensor da causa da cultura e que o torna um dos mais importantes organizadores do campo da cultura no Brasil”.
Isaura Botelho
Ao delimitar as responsabilidades do Estado e, ao mesmo tempo, reunir ideias, exemplos e esforços bem-sucedidos, que acabam por inspirar perspectivas promissoras para o futuro da cultura no país, o autor faz uma valiosa contribuição para a consolidação de uma política de gestão cultural que vá além dos governos da vez e se estruture como política de estado.
SOBRE O AUTOR E PARTICIPANTES DO BATE-PAPO
Antônio Albino Canelas Rubim é pesquisador do CNPq e do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Cult) e professor do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Pós-Cultura) da Universidade Federal da Bahia. É ex-secretário de Cultura do Estado da Bahia (2011-2014).
Isaura Botelho é formada em literaturas vernáculas pela UFRJ, mestre em comunicação pela UFRJ, doutora em ação cultural pela ECA-USP e pesquisadora do CEM/Cebrap. Publicou artigos sobre política cultural em revistas especializadas, participou de livros e tem ministrado cursos em diferentes instituições nacionais e estrangeiras. Presta consultoria ao Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP, particularmente no que tange a seu Curso de Formação de Gestores Culturais, bem como a instituições como o MinC e o IBGE.
Adriana Couto é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com mais de 20 anos de profissão. Iniciou sua carreira na Rádio CBN, trabalhou como repórter do programa musical Fama e do jornal RJTV na TV Globo. Na TV Cultura, apresentou o programa Faixa sustentável, fez parte da bancada do Jornal da Cultura com Heródoto Barbeiro e, atualmente, além do programa Metrópolis, apresenta o Café Filosófico.
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Pautadas pelos conceitos de educação permanente e acesso à cultura, as Edições Sesc São Paulo publicam livros em diversas áreas do conhecimento e em diálogo com a programação do Sesc. A editora apresenta um catálogo variado, voltado à preservação e à difusão de conteúdos sobre os múltiplos aspectos da contemporaneidade. Seus títulos estão disponíveis nas Lojas Sesc, na livraria virtual do Portal Sesc São Paulo, nas principais livrarias e em aplicativos como Google Play e Apple Store.
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