Exposição “Hãhãw: Arte Indígena Antirracista” segue em cartaz até o dia 02 de dezembro no MAS/UFBA
A exposição “Hãhãw: Arte Indígena Antirracista” segue em cartaz no Museu de Arte Sacra da UFBA até o dia 02 de dezembro (2022). A abertura da mostra integrou a Re-Ocupação de Arte Indígena Antirracista, evento aconteceu nos dias 03 e 04 de novembro (2022) e também reuniu encontros, debates e mostra de cinema em Salvador.
A Re-Ocupação de Arte Indígena Antirracista fez parte das ações em comemoração aos 14 anos de fundação do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC), festejados no dia 03 de novembro deste ano.
Sobre a exposição “Hãhãw: Arte Indígena Antirracista“:
Hãhãw é terra, território, em Patxohã. Esse lugar da vida dos povos originários. As obras na exposição Hãhãw tratam de diferentes dimensões do racismo, do colonialismo, e da vida indígena em diversos lugares do território hoje conhecido como Brasil. Constroem memória, denunciam opressões, mobilizam lutas.
Hãhãw nasce do projeto de pesquisa sobre culturas de antirracismo na América Latina, (CARLA), sediado na Universidade de Manchester, no Reino Unido, e que aproxima uma rede de universidades na América do Sul: a Universidade Federal da Bahia, a Universidade Nacional da Colômbia e a Universidade Nacional de San Martin. A exposição reúne trabalhos de 12 artistas indígenas e acontece no Museu de Arte Sacra da UFBA, um antigo convento da Ordem dos Carmelitas Descalços, e que representa, no aspecto histórico, uma marcas da colonialidade em Salvador, primeira capital da invasão do Reino de Portugal em Pindorama.
Cinco artistas, Gliceria Tupinambá, Graciela Guarani, Olinda Yawar, Juliana Xukuru e Ziel Karapotó, participaram ao longo do último semestre como pesquisadores visitantes na UFBA. Arissana Pataxó, doutoranda na Escola de Belas Artes, e Yacunã Tuxá, graduanda em Letras, intregram como pesquisadoras assistentes o projeto CARLA, que é coordenado, na UFBA, pelo professor Felipe Milanez, do IHAC, onde o professor da UNB e assessor do CARLA, Pedro Mandagará, desenvolve pesquisa em pós doutoramento. Denilson Baniwa, Gustavo Caboco e Naine Terena participaram de atividades de pesquisa do projeto e da exposição digital em Manchester. Irekran Kayapo foi uma das artistas premiadas no projeto Um Outro Céu. E Victor Tuxá, graduanda em Psicologia na UFBA. Lúcia Sá e Jamille Pinheiro Dias integram a equipe de pesquisas do Brasil na rede, que é coordenada por Peter Wade.
A curadoria das obras foi realizada de forma coletiva pelos artistas pesquisadores e equipe do projeto, e contou com a contribuição das professoras Ines Linke e Lia Krucken, da Escola de Belas Artes, de maneira a construir uma visão dialogada sobre a dimensão antirracista das manifestações estéticas indígenas.