Pós-cultura promove debate e exibição do filme “Quem tem medo?”
O Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade promove, na próxima quarta-feira (dia 31 de agosto), às 19h, a exibição do filme Quem tem medo? seguida de um debate com a participação do professor e diretor de teatro Gil Vicente Tavares e da atriz e vereadora Maria Marighella. A atividade irá ocorrer na Sala de Arte Cinema do Museu (Corredor da Vitória). O ingresso custa 11 reais (meia) e 22 reais inteira (estudantes, professores e artistas pagam meia).
O filme Quem tem medo?, dirigido por Dellani Lima, Ricardo Alves Jr e Henrique Zanoni documenta a ascensão da extrema direita no Brasil e os ataques e censuras ao campo das artes nos últimos anos. “É um filme muito bem feito e um documento importante de nossa época”, destaca o professor Djalma Thürler, que é diretor de teatro da ATeliê voadOR, outra promotora da atividade.
Henrique Zanoni, que realiza o curso de mestrado no Pós-cultura, em entrevista ao site Cinema com rapadura, falou de como o filme ganhou forma:
“No filme, mostramos o que o próprio título questiona, o medo nos artistas, que foi construído através de um pânico moral, de que artista é pedófilo, um bando de ‘mamateiro’ da Lei Rouanet, e que essa ideia foi sendo construída em torno da arte e, do outro lado, esse ‘cidadão de bem’, ou melhor, de figuras como o Pastor Sargento Isidório, que se julga como tal, mas ameaça degolar uma mulher; ou um Deputado Federal que afirma, na frente da câmera mesmo, que Direitos Humanos é pegar um pedaço de pau e bater em outra pessoa. Então, esse clima de medo, nos sentíamos como artistas sempre ameaçados e imaginando que, naquele momento, naquela época, era com a gente, mas que em breve seria com todo mundo, porque se antes jogavam pedras em uma apresentação de artista, agora entram em uma festa e matam um cara que estava usando uma roupa do PT. Então, quando podemos apresentar este documentário para pessoas que não fazem parte desse tipo de profissão, podemos apresentar o que é o trabalho deles: são pessoas simples contando sobre suas vidas.”