II Encontro interdisciplinar em Dança, Cognição e Tecnologia (EiDCT) acontece de 24/11 a 05/12
O II Encontro interdisciplinar Dança, Cognição e Tecnologia – EiDCT será realizado de 24 de novembro a 5 de dezembro de 2021 em formato misto, contando com uma programação organizada entre Uruguai (presencial) e Brasil (virtual).
A programação será composta por palestras, laboratórios, residências, oficinas, mostras artísticas, dentre outras.
Confira AQUI a programação.
Sobre o evento [informações do site oficial]
O Encontro interdisciplinar Dança, Cognição, Tecnologia (EiDCT) foi idealizado pela Dra. Ivani Santana (IHAC/UFBA) para suprir algumas metas iniciais que estão intimamente ligadas com sua trajetória como pesquisadora e que, de forma mais específica, fazem parte de dois projetos de investigação interligados e financiados pelo CNPq. São eles: “Percepções na Dança: estudos sobre a enação no campo da dança com mediação tecnológica por meio de modelos cognitivos” (Bolsa PQ 1C) e “A percepção de um(a) improvisador(a). Estudos sobre a cognição situada para o incremento criativo e estético” (Edital Universal – Processo: 420876/20162). De forma sucinta, podemos agrupar essas metas indicando os seguintes objetivos: 1) reunir artistas e investigadores para laboratório intensivo articulando os três eixos principais – dança, cognição e tecnologia, atividade que foi denominada Lab DCT; e 2) fomentar um espaço coletivo de reflexão sobre o assunto em questão e, nesse sentido, temos interesse em impulsionar ações tanto no Brasil, como na América Latina.
A primeira versão do EiDCT ocorreu em 2016, organizada pelo Grupo de Pesquisa Poéticas Tecnológicas: corpoaudiovisual e promovida pelo Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (PPGAC-UFBA). Desde aquela época, e em virtude do processo de investigação, essas metas estão sendo alargadas demonstrando a importância do acontecimento como um potente espaço de articulação: entre os saberes, enfatizando assim o aspecto interdisciplinar; da comunidade da dança e das artes do corpo como um todo, uma vez que colabora com a reflexão e desenvolvimento das poéticas tecnológicas neste campo; entre profissionais da América Latina, por perceber que as problemáticas são similares nesses países e distintas das realidades do hemisfério norte, ou dos países desenvolvidos; entre a universidade e o mercado cultural, por permitir e incentivar a relação entre esses espaços; e, ainda, entre teoria e prática, por promover dinâmicas que enfatizam a discussão e reflexão a partir do processo e da experiência.
Por conta do êxito do evento em 2016, Ivani Santana foi convidada para realizar a curadoria da sétima edição do Modos de Existir do SESC Santo Amaro, São Paulo, em 2017, culminando assim no módulo 7 “Dança e(m) Intermidialidades”.
Em 2021, o EiDCT está sendo organizado pela conexão Mulheres da Improvisação (M.I.) formada por 7 docentes de universidades públicas, a saber, UFBA, UFRJ, UFPB, UFPE e UFC. O evento é promovido pelo PPGAC-UFBA, pelo Programa de Pós-graduação em Dança, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e pela Facultad de Artes, Universidad de La Republica, Uruguai e apoio do Observatorio Iberoamericano Arte Digital y Electrónico e dos grupos de pesquisas e instituições das integrantes da M.I, além de contar com o suporte financeiro da CAPES, CNPq e FAPERJ .
Assim como na primeira versão, a programação está bastante diversificada e ainda intensificou os processos práticos oferecendo várias atividades virtuais, gratuitas, abertas para alunos, pesquisadores e artistas interessados no assunto. Contamos com convidados de vários países tanto para ministrar os laboratórios, oficinas e mini-residências, como também para participar de mesas de discussão. Enquanto no Brasil optamos por manter o distanciamento social, principalmente pela natureza do nosso campo – a dança -, em Montevidéu, Uruguai, será realizada a abertura oficial do EiDCT de forma presencial apresentando a instalação em realidade virtual ECOS, fruto da pesquisa que motivou esse evento. Por essa razão, estamos planejando uma ação do evento que acontecerá em 2022 no Brasil de forma presencial como , por exemplo, a instalação ECOS e ações de mediação cultural para essa temática, bem como alguma sessão do Lab DCT e apresentação dos ANAIS EiDCT 2021.
Por compreendermos a cognição de forma corporificada – em que a ação é parte constitutiva da cognição – e situada em seu contexto, ou seja, em seu tempo e ambiente, propomos um evento alicerçado na experiência e no processo de aprendizado e de criação. Por essa razão, as dinâmicas das atividades terão como ênfase a prática artística, a experiência e o processo. Os laboratórios são interdisciplinares e cada um conta com três artistas-pesquisadores, além de articuladores que os auxiliam no acompanhamento dos processos de criação dos participantes. De outro modo, as mini-residências são formadas por investigadoras com longa trajetória na pesquisa sobre improvisação e estarão reunidas com convidadas da comunidade para apresentar a proposição de cada uma, explorando-as com participantes de coletivos igualmente experientes. Essa ação resultará numa potente documentação sobre os princípios performativos da improvisação em dança levantados e discutidos durante o evento. As oficinas, de forma mais pragmática, estão direcionadas especificamente para a capacitação da comunidade da dança nas poéticas tecnológicas. A ênfase na prática será também a tônica das discussões das mesas, bem como da mostra artística que terão mediadores para estimular um bate-papo entre artistas e o público.
Por fim, será lançada a rede Latino-Americana de Tecnologias e Intermidialidades nas Artes Cênicas, ou, simplesmente, LATINA(S)CÊNICAS com o intuito de abrir espaço e incentivar a conexão entre artistas e pesquisadores desses países.[VEJA AQUI]
Dado o momento de imersão digital, provocado pela necessidade de distanciamento social, torna-se ainda mais considerável, e essencial, que a utilização tecnológica no campo artístico seja sob a perspectiva de descobrir processos interacionais, que se afirme para além do uso convencional da técnica pela técnica, projetando-se como uma ocasião para consolidar um campo de experiências que desafiam uma configuração colaborativa. Tal estética funda-se em novos estados de presença, de corporeidades, de trânsitos artísticos e de temporalidades e espacialidades distintas que podem ser atravessadas mutuamente, podendo assim, contribuir na construção de outras possíveis realidades virtuais.