IHAC comemora 13 anos de criação neste 3 de novembro

IHAC comemora 13 anos de criação neste 3 de novembro

É com muita alegria que comemoramos os 13 anos de criação do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos – o IHAC. No dia 03 de novembro de 2008, a resolução nº 07/08 cria o IHAC na condição de Unidade Universitária da UFBA, com o objetivo de sediar academicamente os Bacharelados Interdisciplinares e programas de pós-graduação, orientados por uma visão multi, inter ou transdisciplinar do conhecimento.  Ao longo desses 13 anos, com a participação de muitas vozes, temos vivido uma efusão de experiências no campo das artes, ciências e humanidades. 

Certamente, ao longo desse período, não foi apenas em termos numéricos que mudamos. Hoje temos mais de 6500 estudantes de graduação, somos em torno de 70 docentes e 34 servidores técnico-administrativos, temos 4 programas de pós-graduação, com mais de 400 estudantes, ocupamos hoje quase todo um prédio do campus de Ondina (e aguardando o prédio novo), temos áreas de concentração e muitos grupos de pesquisa. Somos uma comunidade que fervilha em atividades de pesquisa, ensino e extensão. Uma comunidade decorrente também de um processo de reestruturação das universidades federais, de expansão de vagas e inclusão social, mas também de novas possibilidades curriculares e criação de novos cursos, que pudessem dar mais autonomia aos itinerários formativos dos/as estudantes, romper com uma lógica de ensino fragmentado, linear, de escolhas precoces.

Apesar das dificuldades que se colocam para a operacionalização e consolidação dessa nova arquitetura acadêmico-curricular, temos hoje um instituto que funciona de forma mais orgânica a esta universidade. Melhoramos alguns dos nossos processos acadêmico-administrativos, mas, certamente, ainda temos muito a avançar. São velhos e novos desafios que nos convocam a todos e todas nós, do IHAC e de toda a UFBA. São desafios, portanto, que precisam de diálogo, negociações e trabalho intenso em rede.

É preciso lembrar que os bacharelados interdisciplinas têm uma terminalidade própria, com os/as estudantes podendo optar por continuarem sua formação nos cursos profissionalizantes (de progressão linear), ou mesmo irem direto para a pós-graduação. Espera-se que esse modelo de formação dos BIs, o qual implica articulação de conhecimentos, linguagens/culturas, possibilite que os futuros egressos e, consequentemente, futuros profissionais/trabalhadores(as) possam se inserir no mundo do trabalho de uma forma diferenciada, considerando a complexidade do mundo contemporâneo.

Há mais de uma década de implantação do IHAC, essas ideias parecem, também, estar bem mais assentadas na universidade, com um número expressivo de estudantes, egressos dos BIs, que circulam em outras unidades da UFBA. São experiências e conquistas positivas da UFBA, que, apesar de todos os obstáculos, podem inspirar (e têm inspirado) outras instituições brasileiras do ensino superior.

Claro que há desafios que atravessam a universidade como um todo.  Vivemos uma pandemia que afeta a todos e todas de modo diferenciado, e principalmente os/as estudantes mais vulnerabilizados/as. Dificuldades de acesso à internet mostram os entraves e barreiras histórico-sociais no processo de ensino-aprendizagem, um reflexo das nossas iniquidades. Coletivamente e institucionalmente, no contexto atual de escassez de recursos da própria universidade, somos chamados a pensar (e criar) formas viáveis de ensino que considerem as nossas mazelas sociais; ao tempo em que somos instados/as a resistir a uma necropolítica de desmonte da ciência, das universidades e políticas públicas, de direitos, enfim, da própria vida.  

Ao comemorarmos esses 13 anos, de forma solidária, coletiva e cuidadosa, espero que continuemos a nos engajar em práticas e processos melhores para todos e todas nós. Espero que, coletivamente, possamos avançar e superar barreiras para o desenvolvimento do IHAC – um projeto que continua vivo e pulsante, com toda sua potencialidade para a criação e imaginação de outras linguagens e existências (e resistências) possíveis, considerando uma multiplicidade de objetos/fenômenos complexos e fronteiriços que emergem e nos mobilizam diariamente.

Este também é um desejo de que possamos contribuir para o fortalecimento de toda a nossa universidade. E assim, de forma articulada, e cooperativa, possamos resistir às diversas tentativas de retrocessos e manutenção da barbárie.

Viva o IHAC! Viva a UFBA!

Salvador, 03 de novembro de 2021

Luís Augusto Vasconcelos da Silva
(Diretor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos)