Professora da UFRJ lançará livro no IHAC
Em função da grande procura, a palestra e lançamento de livro Aqui ninguém é branco, da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Liv Sovik, será realizada no auditório do PAF 3, e não mais na na sala de vídeo-conferência, como inicialmente estava previsto. Com o aumento das vagas, as inscrições foram novamente abertas através do e-mail extensaoihac@gmail.com ou pessoalmente na secretaria do Instituto (informar nome da atividade, nome completo, BI ou curso e o turno ao qual pertence, telefone e e-mail).
A palestra e lançamento de livro ocorre no dia 24 de maio, às 17h. A palestra recebeu o título Desta sagrada colina: questões baianas em Aqui ninguém é branco. A promoção é do Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade e do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, ambos ligados ao IHAC.
“Liv escreveu um livro provocativo e a provocação não se resume ao título. É uma contribuição importante aos estudos sobre identidade e “raça”/etnia no Brasil, avança consideravelmente no debate sobre a tal democracia racial, pois apresenta argumentos que outros autores não apresentaram. Temos muitos livros sobre negritude e poucos sobre branquitude. Creio que a análise dela sobre Daniela Mercury, por exemplo, vai causar polêmica em Salvador”, antecipa o professor Leandro Colling, que está coordenando o evento no IHAC.
Além de vários textos próprios, Liv ficou mais conhecida no Brasil por organizar um livro com textos de Stuart Hall, que, antes disso, ainda era praticamente desconhecido no país. Hoje, o livro Da diáspora: identidades e mediações culturais (editora UFMG, 2003) é uma leitura obrigatória em vários cursos.
O livro de Liv conta com o aval de importantes intelectuais brasileiros. No prefácio, Silviano Santiago afirma: “O talento e a originalidade da ensaísta Liv Sovik estão no fraseado. […] No tópico em questão, o da mestiçagem consensual do ser brasileiro, o fraseado sobre a branquitude é o milagre de Lázaro. Ressuscita o europeu marinheiro, colonizador, escravocrata, latifundiário, capitão de indústria, banqueiro, capitalista etc., com a intenção de falar de seu silêncio e da sua invisibilidade.”
Através do estudo de lugares-comuns na música popular brasileira, Aqui ninguém é branco propõe releituras do cosmopolitismo brasileiro, do corpo dançante como emblema da nação, da marca deixada pelos escravos e da ligação entre branco e negro no cotidiano. Discute as maneiras em que, na grande imprensa, o branco é valorizado e a experiência americana de relações raciais é tratada como ameaçadora e radicalmente diferente da brasileira.
No texto de quarta capa, Sueli Carneiro sustenta que Aqui ninguém é branco “oferece novas categorias analíticas para a compreensão da complexidade do presente e do futuro das relações raciais no Brasil.”
Heloisa Buarque de Hollanda revela que Liv é uma viajante por gosto e natureza, uma nômade que viaja e fica. “O que se percebe ao ler o texto de Liv é a curiosidade, o olhar, não de espanto, mas de troca, de interesse com forte dose afetiva.”
Liv Sovik nasceu em Genebra, foi educada nos Estados Unidos, morou na Inglaterra, fez doutorado em São Paulo, trabalhou por meia década em Salvador e hoje é professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.