Professora do IHAC é destaque no A Tarde
A professora do IHAC, Marilda Santanna, é o destaque da capa do caderno de cultura do jornal A Tarde desta segunda-feira, dia 30 de novembro. Depois do livro de Marilda receber o mesmo destaque em uma edição do jornal O Globo, agora é o livro e a sua carreição artística que foram o motivo de atenção da imprensa local.
Leia abaixo um trecho da reportagem.
Marilda Santanna em alta produção
Sem se render ao mercado fonográfico, uma das vozes mais afinadas da música baiana construiu uma carreira respeitada também no teatro e no meio acadêmico
MARIA SANTOSSA
Marilda Santanna está em um momento pleno da vida. Aos 53 anos, ela acaba de lançar um livro, As Donas do Canto. A obra, também tese de doutorado, reflete a entrada na academia como professora, algo que consagra ainda mais sua vasta carreira (são 31 anos recém-completados) como cantora e atriz.
“As coisas não foram fáceis para mim e, por isso, também nunca fui de ficar esperando. No iníciodeste ano, estava tudo certo para passar três meses estudando Carmem Miranda na França. Quando soube do concurso para lecionar no Bacharelado de Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), fiz a inscrição e estudei feito uma louca durante os 15 dias que me restavam até a prova. Passei em primeiro lugar”, conta.
“Ela escreveu sobre cantoras de axé sendo um nome da MPB. Como pesquisadora, sempre manteve um respeito grande pelas diferenças”, analisa o professor Milton Moura, orientador de Marilda durante o doutorado.
Dorival Caymmi
Os dons artísticos estavam presentes na artista da desde pequena.
Sua formação musical foi eclética: bossa nova na casa dos pais (na agitada Boa Vista de Brotas), musicais norte-americanos com as amigas e jazz na casa da madrinha.
“Com 5 anos, estudava música na escola. Tinha percepção tão apurada que virei regente da banda. Aos 7, ficava chateada pelas meninas maiores não me deixarem brincar de cantar. Até que aprendi Rosa Morena, de Caymmi. Elas ficaram encantadas. Depois disso comecei a pegar o cabo de vassoura e elas me deixavam cantar”, lembra.
A presença do velho Dorival se revela na interpretação de diversas canções dele, na criação de uma premiação anual, o Troféu Caymmi, em parceria com o marido Tuca de Moraes, e de uma relação peculiar com o mar. Para falar de lugares bonitos, seja a primeira casa que morou, no subúrbio ferroviário de Plataforma, seja o centro espírita que frequenta aos domingos, na Boa Viagem, ela dispara “lindo, de frente pro mar”.
Como atriz, Marilda trouxe algo da sua experiência no canto.
“Ela integra bem a relação teatro e música.Tem verve cômica e capacidade de improvisação fantásticas. É o que a gente chama de inteligência da cena. Marilda tem muito isso. Ela brinca com a vida cotidiana”, opina o diretor teatral Luiz Marfuz que a dirigiu na montagem Solta Minha Orelha (1979), estreia de Marilda no teatro.
“Lamento que ela não esteja nos palcos há algum tempo. Quando quiser voltar, sabe que será bem-recebida“, completa.
Leia mais da página 3 do caderno 2 do jornal A Tarde