Militante defende politização da parada
“Antes da Parada Gay, por exemplo, a organização do evento criar uma semana de conscientização dos participantes para que todos entendessem o motivo de estarem saindo às ruas. Muitos vão somente por causa da festa, isso é lamentável”. Essas foram algumas das afirmações realizadas por Vinícius Alves, integrante do Coletivo Kiu (movimento que surgiu primeiramente na UFBA, UNEB – Universidade Estadual da Bahia – e UCSAL – Universidade Católica do Salvador) que luta, dentre outras coisas, contra a homofobia.
Alves participou, no dia 15 de outubro, às 15h, do debate realizado após a exibição do filme Milk, dentro da Semana de Artes, Cultura e Ciências do IHAC (Sacci).
O filme conta a história verídica do movimento gay de São Francisco, nos Estados Unidos, por volta de 1970. O movimento, liderado por Milk, politizava as pessoas antes das manifestações para, assim, compreenderem seus direitos e saberem o porquê de suas reivindicações. Para Alves, dever existir um movimento politizável antes do movimento de protesto.
Segundo Alves, na cidade de São Paulo, essa falta de politização das pessoas participantes da Parada Gay prejudicava a imagem do movimento. “Graças a algumas medidas adotadas, como a cobrança de valores elevados para a entrada nas apresentações de DJ’s, dentre outras ações tomadas pela organização da Parada, reverteram a situação”, conta ele.
Alves revelou que, em 2004, o indivíduo que assumia uma relação homossexual tinha cerca de 37 direitos negados, como, por exemplo, o direito de passar os bens (como herança) para o seu parceiro, em caso de morte. Alves relatou um caso que aconteceu na Inglaterra: uma mãe casou com um homem gay para que seu filho (que também era gay e que vivia com esse outro rapaz) tivesse os seus direitos civis (mesmo que indiretamente). Ele deixou claro que o movimento gay não luta pelo casamento, mas pelos direitos civis.