Periódicus lança chamada de textos para dossiê Cidades dissidentes e comemora conceito B2
Discutir as relações entre gênero, sexualidade e espaço urbano. Essa é a proposta do próximo dossiê da Periódicus, revista de estudos indisciplinares em gêneros e sexualidades. A chamada de textos (ou colaborações em outros formatos) para o dossiê, intitulado Cidades dissidentes (leia abaixo), foi lançada hoje (dia 8 de maio). Desta vez o dossiê será organizado pelos pesquisadores Helder Thiago Maia (Universidade Federal Fluminense), Matheus Araujo dos Santos (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Pablo Assumpção (Universidade Federal do Ceará).
A Capes avaliou a Periódicus pela primeira vez e a revista ficou com os conceitos B2 na área Interdisciplinar e B3 em Sociologia, Psicologia e Artes/Música. “Trata-se de um excelente resultado para uma revista nova e que é feita sem recursos, apenas com trabalho voluntário”, comemora o professor Leandro Colling (UFBA), que edita a Periódicus juntamente com o professor Carlos Henrique Lucas Lima (UFOB).
Os textos para o dossiê Cidades dissidentes devem ser enviados até dia 11 de setembro de 2017. A revista aceita textos para a sessão livre em fluxo contínuo. Todas as propostas devem ser enviadas exclusivamente através do sistema do site da revista (clique aqui). As pessoas autoras devem observar as normas de submissão (clique aqui).
No próximo dia 18 de maio, na Mostra CUS 10 anos, será lançada a sétima edição da revista, com um dossiê intitulado Sapatão é revolução! Existências e resistências das lesbianidades nas encruzilhadas subalternas, organizado pelas professoras e pesquisadoras Ana Cristina C. Santos (Universidade Federal de Alagoas), Simone Brandão Souza (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) e Thaís Faria (Universidade Federal da Bahia). “Serão publicados 14 textos no dossiê e mais 11 na sessão livre”, disse Colling.
A revista Periódicus é uma publicação online do grupo de pesquisa Cultura e Sexualidade (CUS), da Universidade Federal da Bahia.
CHAMADA PARA O DOSSIÊ CIDADES DISSIDENTES
O dossiê Cidades dissidentes busca reunir trabalhos que discutam as relações entre gênero, sexualidade e espaço urbano. Mesmo diante das interpelações da heteronormatividade, da cisgeneridade, do machismo e/ou da branquitude, sujeitos e coletivos dissidentes tecem novas e desautorizadas formas de sociabilidade e de encontros afetivo-sexuais imbuídos de força crítica. Nesse sentido, é importante ressaltar que em tais atos dissidentes éticas contra-hegemônicas são praticadas à medida que esses corpos ocupam o espaço público e passam a compor territórios que profanam a cidade “planejada” pelas instituições macropolíticas.
Nos banheiros públicos, nas ruas e becos escuros – espaços agora atravessados por modulações sociotécnicas particulares vinculadas principalmente à internet – práticas afetivo-sexuais dissidentes surgem redistribuindo vetores do poder, o qual, por sua vez, responde através dos seus aparatos de segurança e controle, seja através de violenta ação policial, seja através de estratégias gentrificadoras, apresentadas e consumidas majoritariamente como processos de revitalização urbana.
O dossiê Cidades Dissidentes propõe traçar um panorama dessas questões com o intuito tanto de pensarmos conjuntamente as práticas sexuais como possibilidades de fuga, mas também de aprofundarmos a percepção de como como funcionam as adesões às normatividades e como essas precarizam nossas experiências.
Buscamos trabalhos de todas as áreas de conhecimento, uma vez que pretendemos pensar a problemática da cidade e do corpo dissidente a partir dos mais distintos questionamentos, metodologias e experiências. As submissões podem tomar a forma de artigos acadêmicos, relatos de pesquisa, experimentos em ficção crítica, entrevistas e ensaios visuais. Temas de particular interesse incluem, entre outros:
– Sexo em lugares públicos;
– Sexualidades, intimidades e contrapúblicos;
– Prostituição, trabalho e autodeterminação;
– Transmaterialidades e experiência urbana;
– A cidade global: entre gentrificação e precarização;
– O corpo, o sexo e a cidade: agenciamentos;
– Cidade e pornografia;
– O público e o privado: aporias;
– Contrassexualidade, biopolítica e mediações sociotécnicas da cidade;
– Imaginários urbanos: ficções e utopias;
– Errância sexual e flanerie perversa;
– Autopornificação e potências de excitação;
– Espaços de saturação sexual: cinemas pornô, bordéis, casas de swing etc.;
– Ações diretas e interferências estético-políticas no espaço urbano.