Doutoranda participa de exposição em Brasília
Doutoranda do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade, ligado ao IHAC, na linha Cultura e Identidade, a artista plástica e professora da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás, Eliane Chaud, participa até o dia 24 de outubro de 2009, em Brasília-DF, da exposição Moradas do Íntimo.
“A exposição não está direcionada diretamente ao meu objeto de pesquisa, que é trabalhar a estética e o cotidiano no processo do “fazer” costura, porém, ao pensar o trabalho, de um modo ou outro, algumas questões se entrelaçam”, comenta a artista, que desenvolve trabalhos artísticos desde 1992, com participações em exposições de âmbito nacional.
O convite partiu dos organizadores do evento, com os quais Eliane teve contato durante o seu mestrado na Universidade de Brasília (UnB), os professores Geraldo Orthof e Karina Dias. A maioria dos outros dez artistas participantes da exposição são do Distrito Federal. Na época do convite, ela ainda morava em Goiânia.
A proposta do projeto Moradas do Íntimo, conforme explica Eliane, é bem peculiar. Inicialmente, foi divulgado, em um jornal local, uma nota de artistas que procuravam residências de terceiros para expor seus trabalhos. Em seguida, cada artista envolvido no projeto “recebeu” uma casa para trabalhar o conceito de morada e íntimo. “Como eu já estava morando aqui na Bahia, ficou difícil para eu conhecer a casa que me “abrigaria”, ou seja, acolheria o meu trabalho. Então, comecei a pensar essas questões sobre o que seria morada, íntimo e percebi que compartilhava com os outros a minha morada convidando para um café, hábito muito comum em nossa cultura. Desse modo, no momento de distribuição das casas, solicitei que a casa que eu levaria meu trabalho, o seu dono apreciasse o café”, comenta.
A exposição ocorreu primeiramente nas residências que abrigaram os artistas para somente agora ser exibida na galeria do Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, no Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília.
“Te convido para um café” – título do trabalho de Eliane – é uma ação que parte dessa idéia de hábito, o momento em que Eliane mostra a sua intimidade, “as possíveis relações de compartilhamento a que o café nos instiga”. É com este intuito, de partilhar, que o ritual do café se apresenta neste trabalho, na residência de Emivaldo, pequenas embalagens com café solúvel e açúcar foram distribuídas aos participantes, os quais foram convidados a tomar o café e, depois, a ação continuou com a distribuição na galeria. “A prática cotidiana passa a chamar o outro a aproximação, vira um convite ao visitante, indicado para compartilhar íntimos”, explica.
Eliana comenta ainda que participar desse projeto foi uma experiência muito relevante, pois trata-se de um projeto inusitado. “Ao apresentarmos o trabalho artístico na residência, fazemos uma relação com o espaço que nos desvia dos padrões a que estamos acostumados, como a ocupação do cubo branco, de um lugar asséptico. Na residência, vivenciamos essa ocupação de forma diferenciada, pois temos as informações e a identidade daquele lugar, espaço humanizado e cheio de particularidades”, diz.
Eliane Chaud espera que o seu trabalho também possa ser visto aqui em Salvador no próximo ano, em alguma galeria.