TRADUÇÃO, ALTERIDADE & RELAÇÕES DE PODER EM “AN INVINCIBLE MEMORY”, DE JOÃO UBALDO RIBEIRO

TRADUÇÃO, ALTERIDADE & RELAÇÕES DE PODER EM “AN INVINCIBLE MEMORY”, DE JOÃO UBALDO RIBEIRO

Esta dissertação desenvolve articulações entre tradução, alteridade e relações de poder e utiliza o resultado para fazer considerações sobre como se pode enxergar An invincible memory, autotradução que João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) faz de Viva o povo brasileiro, seu principal romance, como um ato de política internacional, problematizador de certos estereótipos inferiorizadores com os quais se costuma representar a identidade brasileira. O argumento geral defende que a empresa colonizadora engendrou um mundo em que os países do Norte, ex-colonizadores, criaram discursos nos quais os mesmos e suas culturas são considerados superiores, de modo a legitimar sua dominação. Tais discursos afetaram os povos do Sul negativamente, afetaram o modo como estes constroem suas identidades nacionais, inferiorizando-as, bem como inferiorizando suas culturas. No entanto, argumenta-se, não existem culturas autóctones, como o quer a ideologia nacionalista. As culturas sobrevivem por meio do fenômeno da hibridação. Isto considerado, constata-se que a existência de An invincible memory legitima o uso do inglês, a língua franca do mundo, mesmo por povos a cujas identidades culturas o idioma não está associado. Constata-se que o direito a significar de todas as culturas pode ser exercido na língua franca atual.

 

  • Autor: BRENO FERNANDES PEREIRA
  • Banca Examinadora: Daniel Maurício Cavalcanti de Aragão – UFBA (Orientador), Elizabeth Santos Ramos – UFBA e Paulo Luiz Moreaux Lavigne Esteves – PUC-Rio.
  • Nome do programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
  • Dia, hora e local da defesa da dissertação: 04 de julho de 2016, às 14h, Sala 303 do PAF4 – Campus de Ondina