Professor do IHAC faz palestra na Universidade de Oxford sobre crescente autoritarismo no Brasil
Professor Felipe Milanez faz palestra na Universidade de Oxford sobre crescente autoritarismo no Brasil
Professor do IHAC e do Pós-Cultura, Felipe Milanez fará uma palestra, na próxima sexta-feira, 17 de maio, no Departamento de Desenvolvimento Internacional da Universidade de Oxford, na Inglaterra. O título da palestra é: “Uma ecologia política do giro autoritário no Brasil: violência, terror e extrativismo” (em inglês: “The political ecology of the authoritarian turn in Brazil: violence, terror and extractivism”). A palestra também pretende expor em uma das mais prestigiosas universidades do mundo a situação atual da UFBA e dos cursos de ciências humanas no Brasil diante dos últimos posicionamentos e cortes de verbas anunciados pelo Governo Federal.
O atual cenário político brasileiro e os cortes nas universidades têm chamado cada vez mais a atenção internacional. No dia seguinte à palestra de Milanez acontecerá, também em Oxford e na London School of Economics, o Forum Brazil, onde estarão presentes Fernando Haddad, Sonia Guajajara, o ministro do STF Luis Roberto Barroso, o prefeito de Salvador, ACM Neto, entre outras personalidades políticas do país (https://www.brazilforum.co.
O professor Felipe Milanez coordena o projeto de pesquisa “Atmosferas de violência”, em rede de pesquisa em conjunto com a Universidade de Oxford e a Universidade de Sussex, do Reino Unido, financiado pelo Conselho Britânico de pesquisas. Ele participará ainda do seminário Reimaginando a Lei das Florestas: equidade e inclusão na lei, ecologia e sociedade, organizado pela Universidade de Sussex.
Resumo da palestra:
Esta apresentação discute o giro autoritário no Brasil materializado com o golpe de 2016 e a eleição do presidente extremamente conservador, o capitão Jair Messias Bolsonaro. Entre os diversos ataques contra os direitos humanos, políticas afirmativas e inclusivas, o meu foco nessa apresentação é revelar um dos eixos desse novo fascismo na sua relação com o ambiente e populações das florestas e das águas, chamadas de “populações tradicionais”, como povos indígenas e quilombolas, pescadoras e pescadores, sem-terra, fundo de pasto, feixo de pasto, seringueiros entre outros. O atual modelo econômico expande a neoliberalização do extrativismo dos recursos naturais em uma extensão sem precedentes de desnacionalização das companhias extrativistas e da extração dos recursos naturais para exportação (principalmente, mineração, exploração de petróleo e agronegócio). Sustentado por racismo institucional, a governança do ambiente foi capturada pelas figuras mais violentas da cena política rural brasileira, como a União democrática Ruralista (UDR) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB), apoiadas por violentas milícias privadas e paramilitares. A emergência de um novo tipo de fascismo, muito agressivo ao ambiente e a natureza, coloca em risco uma grande diversidade de populações, vistas de fora como “defensoras” do ambiente, diante de um eminente genocídio massivo. De acordo mcom relatórios da Comissão Pastoral da Terra, os primeiros efeitos vistos nos últimos três anos apontam para o aumento do assassinato de líderes políticos, torturas, expulsão violentas, milícias armadas, e a criação de uma atmoisfera de terror.
A palestra será em inglês. Mais informações no link: https://www.qeh.ox.ac.