UFBA contará com duas aulas magnas
A abertura do semestre letivo 2010 na UFBA acontece em grande estilo na segunda-feira (1º de março), com duas aulas magnas, no Salão Nobre da Reitoria. A primeira será proferida às 10h, pelo Prof. Renato Janine Ribeiro, filósofo e docente da Universidade de São Paulo (USP), que abordará o tema “Aproveitar a liberdade ao máximo”.
À noite, a partir das 19h, o Prof. Armindo Bião, docente associado da Escola de Teatro da UFBA, fará a palestra cênica “Nas encruzilhadas da Padilha: Doña María e Maria (Castela, séc. XIV – Brasil, séc. XXI)”, apresentando resultados de seu projeto de pesquisa (CNPq 1A) “Mulheres por um fio: inferno, purgatório e paraíso no Atlântico Negro”.
A aula de Janine será antecedida da apresentação musical da dupla Carlos Bernas e Alexandre Mota, alunos do Bacharelado Interdisciplinar em Artes, do IHAC, que vão mostrar, dentre outras, a música “Paciência, Hortência”. Essa composição pode ser apreciada no Youtube, no endereço http://www.youtube.com/watch?v=uOR9tdnaSZo.
Segundo Renato Janine, “liberdade pode ser um quase sinônimo da indeterminação. Pode ser que sejamos determinados em todas as nossas aparentes escolhas e que nossa genética ou nossa origem social decida muito do que vamos fazer ou mesmo ser. Mas um traço importante que percebemos é que muito, na vida, foge dessas determinações. Isso que escapa pode até ser efeito fruto do acaso, mas e se invertermos as regras do jogo, se criarmos mesmo um jogo, e com isso transformarmos em liberdade – em fruto de nossas escolhas – o que fizermos, o que formos?”
Ele diz que a vida universitária possibilita esses questionamentos: “O fato de que o ensino superior cada vez forma menos para profissões é significativo. Sim, alunos com diploma ficam desempregados na área em que se formaram. Mas por outro lado isso significa que o conhecimento vai mais longe do que o mero treinamento para o exercício profissional. Significa que o tempo na universidade é um tempo de liberdade, em que o conhecimento é descoberta e invenção, preparando para uma ação que possa melhorar a nós e ao mundo. Isto não é fácil. Requer muita disposição da universidade e também muito inconformismo.”
Armindo Bião, por sua vez, pretende, durante aproximadamente 80 minutos, apresentar dados poéticos, musicais e teatrais sobre a transformação da personagem histórica em entidade do panteão afro-brasileiro, conhecida por “Maria Padilha”. Ao seu lado estará o músico Luciano Salvador Bahia, em participação especial. Ator e encenador em cerca de 50 obras teatrais e audiovisuais, premiado por seu trabalho em teatro (1980, 2001, 2008) e por suas atividades acadêmicas (1998, 1999, 2007), na Bahia, Armindo Bião foi o primeiro coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA. Também foi o primeiro presidente da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas, da qual é, desde 2007, o coordenador do Grupo de Trabalho de Etnocenologia. Até 2006 ocupou o cargo de diretor geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
Fonte: site da UFBA