As abordagens contemporâneas no campo dos Estudos Organizacionais vêm ampliando seus objetos de pesquisa para além das organizações formais, como corporações, instituições públicas, bens culturais, movimentos sociais, etc. Seguindo esta tendência, a proposta do curso é analisar a prática festiva enquanto organização não formal, a partir do estudo de caso da Festa do Dois de Julho em Salvador, evento síntese do processo de independência do Brasil na Bahia. O objetivo geral do curso é compreender esta prática festiva a partir do diálogo interdisciplinar entre Estudos Organizacionais, História e Antropologia, como forma de exercitar a reflexão crítica sobre construções culturais complexas. O curso se desenvolverá a partir das seguintes etapas: 1) debates sobre aspectos teóricos da prática festiva enquanto organização (Almeida & Davel, 2019; Fleming & Spicer, 2007); 2) debate historiográfico em torno do evento do Dois de Julho e seus desdobramentos (Silva & Reis, 1989; Sampaio, 1988; Kraay, 1999); 3) práticas de pesquisa a partir da metodologia da Antropologia Histórica/História Cultural (Burke, 1997, 2008; Darnton, 1986; Chartier, 1988), a partir de fontes escritas e audiovisuais, assim como entrevistas de história oral; 4) construção de ensaio escrito ou audiovisual com os alunos a partir da análise das fontes colhidas no trabalho de campo.