Campo jurídico abriu Jornada

O campo jurídico e as suas profissões. Esse foi o nome da primeira palestra da Jornada de Orientação Profissional do IHAC, realizado no dia 25 de março, na sala de vídeo-conferência do PAF3, coordenada pelo professor Djalma Thürler, e que contou com participação do professor do IHAC, Milton Júlio, e a palestrante e professora do curso de Direito, Sara Cortês.

Milton Júlio abriu a palestra esclarecendo que a área de concentração com ênfase em Estudos Jurídicos é um projeto que vem da Faculdade de Direito da UFBA e visa disponibilizar 200 vagas para o BI de Humanidades. A proposta, ainda em análise, prevê que os alunos do curso possam ter duas graduações: a primeira em Humanidades com ênfase em Estudos Jurídicos e a segunda, após mais três anos, em Direito.

A professora do curso de Direito, Sara Cortês, enfatizou a necessidade da interdisciplinaridade no campo jurídico. “Nós vivemos duas transições incompletas no campo jurídico. Não passamos do colonialismo para o pós-colonialismo e não passamos da ditadura para a democracia”, disse, ancorada nas idéias de intelectuais como Boaventura de Sousa Santos e Milton Santos. De acordo com ela, o direito tem criado leis sem levar em conta o social, fazendo com que as leis se tornem insuficientes por não olhar o lado humano.

Baseado nesse discurso, a professora pontuou as seguintes questões: a inexistência de uma democracia de “direito”; a não democratização da propriedade; o direito visto como instrumento de ordem; a relação entre contexto, conflito e normatividade; a qualificação dos profissionais de direito; a mídia nas questões do judiciário; a misteriosa linguagem jurídica; a necessidade da interdisciplinaridade no campo jurídico e o desafio para os profissionais interdisciplinares de direito. “Não podemos ficar numa sociedade com as idéias do século XIX com a velocidade do século XXI”, finalizou Sara.